O projeto Arte de Proteger, da Guarda Municipal de Várzea Grande, esteve na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Tenente Abílio da Silva Moraes, no bairro XV de Maio, na última semana, abordando de forma lúdica e com uma linguagem interativa temas como trabalho infantil, abuso sexual contra crianças, bullying e educação no trânsito, com cerca de 150 crianças da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental. Somente neste mês, 14 escolas já receberam a apresentação, totalizando 2.719 crianças e 313 adultos alcançados. 

Desenvolvido desde 2005, o Arte de Proteger é executado pelas guardas municipais e pedagogas, Inês Guimarães Rodrigues e Fraulen Eliza Rodrigues de Miranda do Espírito Santo (supervisora do projeto), que inicialmente fazem uma conversa com as crianças e adolescentes da escola visitada e, em seguida, interpretam personagens de fantoches, que interagem com as crianças através do teatro. 
De acordo com Inês Rodrigues, o projeto surgiu da necessidade de falar sobre trânsito nas escolas, principalmente a faixa de pedestres, que as pessoas não estavam respeitando. “O projeto continua até hoje porque teve um feedback muito positivo. Nós visitamos todas as escolas ao longo do ano. Depois que encerramos as escolas, vamos nas creches e, quando recebemos pedidos, também visitamos escolas estaduais e particulares”, explica.

Na atividade, é ensinado, por exemplo, que a criança não deve aceitar que adultos toquem em seu corpo, mesmo que recebam oferta de presentes e que, caso isso aconteça, deve contar para o pai, a mãe ou professor, além disso, as crianças aprendem que também podem ligar gratuitamente para o Disque 100 e ainda contar com o Conselho Tutelar, Polícia e Guarda Municipal para denunciar situações de violência. Em relação ao trânsito, os pequenos aprendem que só podem andar de moto a partir dos 10 anos de idade e que, com essa mesma idade, se tiverem 1,45 metro de altura, já podem andar no banco de passageiro da frente do carro. Além disso, são alertados que, ao atravessar a rua, é preciso olhar para os dois lados e atravessar na faixa de pedestres para evitar acidentes. 

Após prestigiar com muita atenção e entusiasmo o show de fantoches, a estudante Maria Helena Ribeiro, de 6 anos, contou que aprendeu “que ninguém pode tocar no nosso corpo sem a nossa permissão”. Segundo ela, irá compartilhar com os pais o que aprendeu na escola.

A continuidade e o sucesso do Arte de Proteger também são decorrentes da parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer. A assessora pedagógica Débora Diane de Almeida, que acompanha as apresentações em todas as unidades escolares, explica que os temas das peças teatrais são definidos de acordo com a demanda de cada escola e da faixa etária do público, se crianças ou adolescentes. “Nós vamos analisando as dificuldades que as escolas apresentam, como o preconceito racial, o bullying, o trânsito, a violência porque através das crianças, elas podem transmitir para os adultos”, afirma. 

Para o diretor da EMEB Tenente Abílio da Silva Moraes, a atividade extracurricular contribui para o aprendizado das crianças e adolescentes porque aborda temas relevantes e que fazem parte do dia-a-dia. “Esse projeto é muito bom para desenvolver as crianças. Nas várias vezes que a Guarda veio aqui, as crianças levaram para as mães e as mães falam que gostam desse projeto porque são assuntos que geralmente não conversam em casa. Para nós é uma aula diferenciada, que enriquece o conhecimento”, avalia.

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